Um
dia de frases intrigantes
Cassiano
Fernandez
Vínhamos caminhando em direção ao metrô
da Central, eu e meu adorável acompanhante, o Mineiro, Hindu, André Hissa.
Ao passarmos por um ponto de ônibus
presenciamos a seguinte cena: um motorista de ônibus, claramente tirando onda
com a cara de uma senhora idosa, acelerava o veículo toda vez que esta
solicitava a sua parada, até que após a repetição deste ato por algumas vezes,
a senhora entrou em estado de fúria e começou a esmurrar a vidraça da porta do
ônibus.
Foi, então, que um jovem que estava
atrás de mim e do André começou a instigar a senhora dizendo:
- Vai lá, vovó! Desce o cacete mesmo, e
manda pedra nesse ônibus!
Exclamando em voz alta para todos
ouvirem, continuou falando:
- É assim que devemos agir nessas horas,
usando sempre de violência.
Eu, assustado com aquela cena
deplorável, pois nunca havia presenciado tal modo de agir, continuei meu
caminho apreensivo, mas com uma estrondosa e irônica gargalhada que vinha do fundo
da minha alma.
Ao chegar na estação, enquanto esperava
aquela geringonça que anda a 0,01 Km/h, chamada por mim de plataforma de
corrimão, comecei a escutar frases religiosas proferidas por um homem com um
megafone nos seguintes termos:
- ... então Jesus vai lá e enfia uma porrada
na cara do Capeta.
Ao ouvir tal despropósito, pensei:
- Era só o que faltava.
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