segunda-feira, 2 de junho de 2014

Experiências doidas do Cacá

Mosquitos fiorentinos

Cassiano Fernandez

Era nossa última noite na Itália, no dia seguinte embarcaríamos de volta para Paris, de onde dali a três dias embarcaríamos de volta para o Brasil. 

Convenci meu pai a celebrar nossa saída da República Italiana em grande estilo.

Fomos jantar na Trattoria Baldini, uma das mais benquistas trattorias de Firenze.

Durante o jantar, a comida dava pena de comer de tão boa que estava, o clima estava tão agradável que nós três – eu, meu pai e minha mãe – demos conta de um litro e meio de Chianti, tradicional vinho toscano, e de uma maravilhosa Vitella, que chegava a derreter na boca.

De fato, não nos arrependemos em nenhum aspecto de ter seguido as recomendações do maitre, um certo Stefalo, italiano simpático, de semblante agradável.

Acabada a orgia gastronômica, voltamos para o flat onde estávamos hospedados e ainda fomos confraternizar com nossos amigos que haviam vindo conosco do Brasil.

Depois de muita gargalhada e algumas garrafas de vinho, - as garrafas de vinho italiano têm um problema grave, esvaziam com uma rapidez jamais vista -, resolvemos nos recolher ao nosso apartamento.

Como o calor imperasse, uma coisa que aliás é comum em se tratando da Toscana, meu pai, digamos romanticamente, fez a sugestão:

- Vamos dormir com as janelas abertas?

Nesse momento, confesso ter passado pela minha cabeça, mesmo que por uma fração de segundos, sugerir que o aparelho de ar condicionado fosse ligado. Ao invés disso, coloquei-me na cama após o boa-noite.

Algumas horas depois, já na alta madrugada, os mosquitos de Firenze resolveram invadir o apartamento.

Foi uma noite infernal, não importava o que fizéssemos: botar o travesseiro na cabeça, botar-se debaixo do cobertor – coisa aliás que era impossível por conta do calor. Virávamos de um lado para o outro e cheguei até a ouvir minha mãe perambular pelo apartamento, pois finalmente resolvera fechar a janela, mas infelizmente já era tarde demais.

O pior era que teríamos que estar de pé no dia seguinte às seis horas da manhã, pois o voo para Paris decolaria às dez.

Então, acordamos neste horário parecendo uma família Addams, cheia de olheiras devido à noite mal dormida.

Aí vai uma dica aos meus caros leitores:

- Se um dia forem à capital da Toscana, NUNCA DURMAM DE JANELA ABERTA!

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