Uma
coleira para o cão
Cassiano
Fernandez
Estar em Paris, uma das mais belas
cidades do mundo, é uma experiência inenarrável, andando a pé pelas ruas
qualquer idiotice se torna algo indescritível devido ao padrão arquitetônico
seguido.
Os últimos três dias em Paris, antes que
regressássemos ao Brasil, à dura realidade, foi de muita diversão e
intensidade. Fizemos até o que se chama de turismo religioso: visitando quantas
igrejas fosse possível. Até que meu pai resolveu que o último dia na cidade
seria quase que inteiramente dedicado à seguinte tarefa: achar uma coleira para
Tina, nosso labrador de estimação.
A última que podem dizer sobre a Tina é
que ela é um cão comum, pois a mesmice passa longe. Então, nada mais justo que
ganhasse dos “pais” uma coleira francesa.
Passamos o dia debaixo de chuva em busca
de uma “Pet Shop”, até que pelas tantas voltamos os três para o apartamento
para pensar em uma melhor solução.
Papai, porém, não desistira do seu
objetivo e obstinado disparou:
- Vocês fiquem aí que eu vou ver se
encontro essa coleira.
Chovia e a temperatura era de
aproximadamente nove graus.
Ele se foi e o tempo passava, se
aproximando cada vez mais a hora de estar no aeroporto, pois, como manda a
práxis, há que se estar no mesmo pelo menos duas horas antes do embarque.
Minha mãe e eu nos distraíamos com
outras coisas, conversando ou terminando de fechar as malas, deixando o
apartamento limpo.
Meia hora antes do horário marcado com o
motorista que nos levaria ao aeroporto, eis que meu pai surge de volta
esbaforido, mas com um sorriso de ponta a ponta no rosto, pois tinha encontrado
aquilo que fora procurar: uma coleira vermelha com detalhes em metal.
Devo confessar ao caro leitor que por um
breve momento torci para que perdêssemos o voo de volta para o Brasil.
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