A
educação do camelô
Cassiano
Fernandez
Eis que começa mais um dia e lá estou eu
novamente a caminho do trabalho.
Logo após ter saído do metrô na Estação
da Central, na saída próxima ao Campo de Santana, me deparo com a boa e velha
calçada repleta de barracas de camelôs de todos os tipos.
Dentre as barracas havia uma com uma
corda dependurada para auxiliar na estabilidade da mesma. A fim de desviar do
buraco que estava à minha frente, joguei a cadeira para cima da barraca,
ficando levemente enroscado na tal corda.
O muambeiro proprietário da barraca, ao
me ver naquela situação precipitou-se furioso em minha direção vociferando:
”SEU IDIOTA!!!! Você não está vendo a
corda aí não? Sai daqui, sai! Você vai acabar derrubando a minha barraca!”
Para não entrar em conflito com o
xexelento, me fiz mais deficiente do que de fato sou, improvisei uma cara de
retardado e aleguei problemas para falar passando a palma da mão na garganta.
Segui o meu caminho com o espirito às
gargalhadas.
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