Marta Gil (*)
O início do ano nos estimula a traçar planos de ação. Extraindo a
essência dos balanços feitos em dezembro, na esteira do Dia Internacional das
Pessoas com Deficiência, constato mais uma vez que há conquistas da maior
importância, que ainda há muito a fazer e, principalmente, que estas conquistas
estão sendo seriamente ameaçadas – exatamente em decorrência de sua
importância.
As ameaças se fazem sentir, com maior intensidade, nos campos da
Educação e do Trabalho – e não por acaso, pois estes são cruciais para a
Inclusão e, consequentemente, para o exercício da cidadania.
O que fazer para enfrentar as ameaças e consolidar as conquistas?
Federico Mayor, ex-diretor da UNESCO, dá a primeira indicação, ao destacar
a relação entre Informação, Consciência e Ação:
"Para sermos conscientes temos de estar
informados; para nos envolvermos, temos de ser conscientes".
O Dr.
Roberto Wanderley Nogueira, Juiz
Federal, professor universitário da UNICAP-Recife e da Faculdade de Direito da
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco e tem deficiência física, destaca
mais dois pontos importantes: a necessidade de materializar as conquistas em políticas públicas associadas às leis
e a urgência do cumprimento destas pelo Poder
Judiciário:
Quem
tem de proceder de forma a elevar o sistema ao patamar das igualdades e da
inserção efetiva de todos são os seus idealizadores e construtores que não
podem, enquanto não conseguirem essa meta, exigir dos demais que se adaptem. O
Poder Judiciário confunde inclusão com integração, discussão antiga e já
superada na área da Inclusão Social que os Magistrados nem sonham que tenha
existido.
Outros ativistas, profissionais e estudiosos também concordam com os
pontos acima citados.
É hora, pois, de nos inserir efetivamente nos espaços de construção das
políticas públicas – esta é a segunda etapa, após a elaboração e aprovação das
leis.
Em ano de eleições, a concretização de políticas públicas deve constar
das plataformas de candidatos. Vamos acompanhá-las e fazer pressão para que as
leis se concretizem!
(*) Consultora na área de Inclusão, Coordenadora Executiva do
Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, Fellow da Ashoka, colaboradora do Planeta Educação e da Revista
Reação. Autora do livro “Caminhos da Inclusão – a trajetória da formação
profissional de pessoas com deficiência no SENAI-SP” (Editora SENAI, 2012).
3 comentários:
Creio que chegado a hora de agirmos em prol da pessoa com deficiência, estou com um a pessoa no HERF desde 7 de agosto de 2013, e o MP e Juiz da Vara de família solicitou abrigamento na Casa Lar e o Secretario anterior nada fez, acreditar em quem ?
eee
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