quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Voluntários e agentes tentam diminuir número de jovens fora das escolas

Jornal Nacional, 19/02/2014:

Voluntários e agentes tentam diminuir número de jovens fora das escolas
No Brasil, três milhões e 300 mil crianças e adolescentes estão fora das escolas. Situação é mais grave na faixa de 15 a 17 anos.

Em todo o Brasil, existem cidadãos que se dedicam a resolver um problema enorme do nosso país. Essas pessoas discutem ideias e agem para diminuir o número de crianças e adolescentes que estão fora da escola. E são 3,3 milhões.

Yasmim chega à escola pela primeira vez. A menina de três anos tem deficiência auditiva e queria estudar. “E hoje foi o dia dela, e ela está muito feliz”, diz Viviane Bezerra, mãe da Yasmim.

Promover a inclusão das crianças com deficiência nas escolas é prioridade em Salgueiro, no sertão de Pernambuco.

Há quatro anos, George entrou na escola e a vida dele mudou. “Ele se tornou uma criança mais alegre, mais compreensiva”, afirma Francisca Silva Cruz, da mãe do George.

Para superar a barreira da exclusão que impede que crianças com deficiência possam frequentar a escola, primeiro é preciso saber quantas são e onde estão estas crianças.

A colaboração veio dos agentes comunitários de saúde, que batem de porta em porta. “Eu gostaria de saber se tem alguma criança que está fora da escola”, pergunta um agente.

Três milhões e 300 mil crianças e adolescentes estão fora das escolas em todo o país. A situação é mais grave na faixa de 15 a 17 anos, que tem o menor índice de permanência.

São muitos os problemas que levam à evasão escolar. “Nós temos uma causa fortíssima que é o trabalho infantil, especialmente o trabalho infantil doméstico, que afeta muito as meninas, a gravidez na adolescência. Ninguém obriga um adolescente a ficar na escola em que ele não sente ligação com o projeto de vida dele”, declara Maria de Salete Silva, coordenadora de educação do Unicef.

A gravidez na adolescência afastou Elaine dos estudos por quatro anos. “Não consegui um bom emprego e isso me fez voltar a estudar”, conta Elaine Alves.

No Rio de Janeiro, os voluntários do projeto Aluno Presente, em parceria com a Secretaria Municipal de Ensino, identificam possíveis alunos nas comunidades e conseguem vagas.

Em Mato Grosso, o abandono escolar também diminuiu na cidade de Várzea Grande. O Ministério Público foi atrás de 2.700 alunos que deixaram de frequentar as aulas.

“Nós buscamos e conseguimos 90% de resolução dos casos”, declara José Mariano, promotor de Justiça.
Cada criança que retorna à escola é uma conquista. Aiane, de nove anos, é deficiente auditiva e ensinou a linguagem dos sinais aos colegas, em Salgueiro. A turma nota dez em inclusão, merece aplausos.

Clique aqui para assistir ao vídeo do JN.

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