domingo, 19 de outubro de 2008

Traduzindo Imagens em Palavras

1º Encontro Nacional de Audiodescritores

Dias 23 e 24 de outubro de 2008
Das 9h00 às 18h00

Estação Pinacoteca: Largo General Osório, 66 – fone (11) 3337.0185
São Paulo - SP

Realização:
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo

Patrocínio:
INSTITUTO VIVO

Apoio:
Grupo de Voluntários da Fundação Dorina Nowill
Fundação AVAPE
Imovision

Idealizador:
Paulo Romeu Filho

Coordenação:
Flavia Maria de Paiva Vital

A audiodescrição é o recurso que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão.

No Brasil, segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial, que encontram-se excluídos da experiência audiovisual e cênica.

A acessibilidade nos meios de comunicação é um tema que está em pauta no mundo todo. Os esforços neste sentido visam não apenas proporcionar o acesso a produtos culturais a uma parcela da população que se encontra excluída, como também estabelecer um novo patamar de igualdade baseado na valorização da diversidade.

Histórico

A primeira vez que a audiodescrição apareceu formalmente descrita como tal, foi na tese de pós-graduação “Master of Arts”, apresentada na Universidade de São Francisco pelo norte-americano Gregory Frazier, em 1975. Uma série de estudos começaram a ser feitos e os resultados favoráveis que foram sendo comprovados nessas primeiras experiências fizeram com que a técnica se desenvolvesse em teatros, museus e cinemas dos Estados Unidos durante a década de 80. Como uma atividade formal, ligada às artes visuais e ao entretenimento, teve início nos anos 80 nos Estados Unidos e Inglaterra, com apresentações de peças teatrais.

Teatro

Nos Estados Unidos, Margaret e Cody Pfanstiehl fundaram um serviço de audiodescrição, em 1981, que promoveu a descrição de peças de teatro no Arena Stage Theater, em Washington DC. Até o final dos anos 80, mais de 50 casas de espetáculo já tinham em sua programação algumas apresentações com audiodescrição.

Na Inglaterra, essa prática data também dos anos 80, tendo início em um pequeno teatro chamado Robin Hood, em Averham, Nottinghamshire, onde as primeiras peças foram audiodescritas. Um dos mantenedores do teatro, Norman King, ficou tão impressionado com os benefícios das descrições, que incentivou a Companhia de Teatro Real de Windsor a introduzir esse serviço em uma abrangência maior. Instalaram, então, o equipamento para a transmissão simultânea para a audiência no Teatro Real, em fevereiro de 1988, com a peça “Stepping Out”. Hoje, há 40 teatros no Reino Unido que oferecem, regularmente, apresentações com audiodescrição. É o país líder nesse setor, seguido pela França, com 5 teatros.

No Brasil, a primeira peça comercial a contar com o recurso de audiodescrição foi “O Andaime”, no Teatro Vivo, São Paulo, em março 2007.

Cinema

Atualmente, a acessibilidade nos meios de comunicação está em pauta em todo o mundo, sendo que em alguns países como Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Estados Unidos e Austrália, a audiodescrição já é uma realidade também em cinemas, museus, programas de televisão e DVDs, além do teatro.

No Reino Unido, Chapter Arts Center, em Cardiff, foi a primeira sala de cinema a fazer uso do recurso com tradutores ao vivo. Na França, a Fundação Valentin Haüy, também, começou a oferecer esse serviço.

Na Europa e nos Estados Unidos, já são muitos os filmes e festivais que contam com o recurso. Já em 1989, alguns filmes do Festival de Cannes contaram com a audiodescrição. Em Munique, o Festival de Cinema Wie wir leben oferece audiodescrição em todas as sessões, desde 1995. Também na Austrália, o The Sydney Film Festival e o The Other Film Festival contam com acessibilidade nas sessões. O Festival Retour D’Image é um dos festivais de cinema francês que oferece sessões audiodescritas.

No Brasil, o primeiro filme com audiodescrição, no circuito comercial, foi “Irmãos de Fé”, do Padre Marcelo, lançado em 2005. Outras iniciativas têm sido feitas, como o Clube do Silêncio, em Porto Alegre, que produziu alguns filmes curta-metragem com audiodescrição, de instituições que têm em suas programações culturais, sessões com audiodescrição, que acontecem ao vivo. Também o Festival Internacional de Filmes sobre a Deficiência Assim Vivemos , que acontece no Rio de Janeiro e em Brasília, oferece acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva em todos os filmes desde 2003.

Na televisão, o primeiro episódio envolvendo a audiodescrição aconteceu em 1983, na rede japonesa NTV. Nos anos 80, algumas experiências também foram feitas na Espanha, mas foi nos Estados Unidos que a audiodescrição decolou com programação produzida desde 1990 pela Media Access Group, o Descriptive Video Service. Esse serviço é patrocinado por doações e fundações, produzindo cerca de 6 a 10 horas de programação com audiodescrição por semana, que fica disponível em 50% das residências nos Estados Unidos. Estas transmissões são possíveis devido à presença de um canal secundário de áudio, a tecla SAP (secondary audio programme). Hoje, grande parte dos canais de televisão na Europa oferecem programas com audiodescrição.

No Brasil, o primeiro comercial a ser veiculado na TV foi o da Natura, em julho de 2008.

Leis e Decretos no Brasil

Em outubro de 2005 o Comitê Brasileiro de Acessibilidade da ABNT publicou a NBR 15290, que estabelece os parâmetros técnicos a serem observados na produção da audiodescrição, closed caption e janela com intérprete de LIBRAS na programação das emissoras brasileiras de televisão.

Em junho de 2006 o Ministério das Comunicações publicou a Portaria 310, que tornou obrigatória a acessibilidade na programação das TVs abertas brasileiras.

Esta Portaria determinou inicialmente a veiculação de programas com recursos de acessibilidade em pelo menos duas horas por dia, aumentando a obrigação diária um pouco a cada ano, de forma que, ao final de 10 anos, 100% da programação deverá ser acessível. Concedeu carência de dois anos para que as emissoras pudessem se preparar para incluir a audiodescrição e a legenda oculta em seus programas.

No dia em que venceria a carência, o Ministério das Comunicações publicou a Portaria 403 suspendendo por 30 dias a obrigatoriedade da audiodescrição, atendendo a um pedido da ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, que alegava não existirem audiodescritores no Brasil.

Imediatamente teve início uma mobilização dos audiodescritores, das pessoas cegas e suas instituições representativas que resultou no agendamento, pelo Ministério das Comunicações,de uma reunião entre estas pessoas e a ABERT.

Como resultado dessa reunião, em julho de 2008 o MC publicou a portaria 466, agora concedendo prazo de 90 dias para que as emissoras passem a incluir a audiodescrição em seus programas, nos mesmos termos da Portaria 310.

Esta obrigatoriedade teria efeito a partir de 28 de outubro de 2008 , porém, em 14 de outubro, o Ministério das Comunicações publicou nova Portaria nº 661 suspendendo cine die o recurso da audiodescrição.

Imediatamente teve início uma mobilização dos audiodescritores, das pessoas cegas e suas instituições representativas que resultou no agendamento, pelo Ministério das Comunicações,de uma reunião entre estas pessoas e a ABERT.

Como resultado dessa reunião, em julho de 2008 o MC publicou a portaria 466, agora concedendo prazo de 90 dias para que as emissoras passem a incluir a audiodescrição em seus programas, nos mesmos termos da Portaria 310.

Esta obrigatoriedade teria efeito a partir de 28 de outubro de 2008 , porém, em 14 de outubro, o Ministério das Comunicações publicou nova Portaria nº 661 suspendendo cine die o recurso da audiodescrição.

(Colaboração: Graciela Pozzobon, Lívia Motta e Paulo Romeu)

Os audiodescritores:

Bell Machado (Campinas)
Eliana Franco (Salvador)
Francisco J. Lima (Recife)
Graciela Pozzobon (Rio de Janeiro)
Lara Pozzobon (Rio de Janeiro)
Lívia Motta (São Paulo)
Maurício Santana (São Paulo)
Rodrigo Campos Alves (Belo Horizonte)
Renata de Oliveira Mascarenhas (Fortaleza)

Dia 23 de outubro

09h30 às 12h00 – Apresentação para a Imprensa, Autoridades e Convidados do Setor

. Mesa de Abertura
. Mesa de Audiodescritores: Panorama da Audiodescrição no Brasil (levantamento do que aconteceu entre a reunião de Julho (Brasília) até agora: cursos ministrados, Estados e instituições envolvidas, número de audiodescritores formados, artigos escritos e publicados)
. Lançamento da Campanha Nacional da Audiodescrição

14h00 às 16h00 – Sessão VIVO

- Comerciais
- Trailers – (trechos de filmes)
- Longa – “Doutores da Alegria” – 96`

16h30 às 17h30 – Mesa redonda com empresas

DIA 24 de outubro

09h00 às 12h30 – Sessão Pipoca

. Desenhos animados
. Bate papo com os audiodescritores

14h00 às 16h00 – Sessão Televisiva

16h00 às 18h00 – Com a palavra os audiodescritores

Encerramento:

Assinatura e Encaminhamento de Manifesto
Coquetel

Assista também: O filme Contratempo (2008) de Malu Mader e Mini Kerti. Dia 24/10 às 18h10 no Espaço Reserva Cultural, Sala 1 (190 lugares), Avenida Paulista, 900 - Térreo Baixo – Paraíso.

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