O MESMO IMENSO ORGULHO
Nós, pessoas com deficiência, atletas ou não, não temos nada de super-heróis da superação. Se não somos atletas, quando escrevemos nos teclados dos computadores com os dedos dos pés, estamos apenas exercendo o resultado de um processo de adaptação.
Quando somos atletas, depois de já exercermos naturalmente no cotidiano nosso(s) resultado(s) de adaptação à(s) nossa(s) deficiência(s), aí sim, estamos em busca da superação. Mas a superação então buscada é da mesma natureza da superação buscada pelos atletas sem deficiência. Todos nós, deficientes ou não, competimos com nossos adversários em busca da superação das nossas próprias marcas, em busca da medalha de ouro. Todos nós somos, então, heróis!
Eu mesmo, guardadas as devidas proporções, pois nunca fui atleta, quando já não tinha a perna esquerda, arrebentei o tendão do ombro direito e fiquei sabendo que ficaria seis meses com o braço direito imobilizado numa tipoia de abdução. Privilegiado, tive tempo para treinar e me preparar para fazer tudo apenas com a mão esquerda. Confesso que vestir minhas calças jeans foi o mais difícil, mas o resto, sem falsa modéstia, foi moleza, e hoje em dia sou ambidestro.
Portanto, vamos festejar nossos heróis esportivos, deficientes ou não, com a mesma vibração, com o mesmo imenso orgulho!
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