quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Teatro dos Sentidos: Feliz Ano Novo


O TEATRO DOS SENTIDOS volta a estrear sábado, dia 11 de outubro, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, com o espetáculo Feliz Ano Novo, depois da última temporada de sucesso em Brasília. Em 2010 foi a maior bilheteria do Teatro de Arena da mesma Caixa Cultural. A novidade tecnológica para 2014 é a pesquisa e aplicação de um som imersivo baseado no *Iosono.

CEMIG, Caixa Econômica e Paula Wenke apresentam o espetáculo “Feliz Ano Novo”, nos moldes do Teatro dos Sentidos, vivenciando outra forma de encenação, experimentando aromas, sons, sabores, toques e texturas.

Espetáculo: FELIZ ANO NOVO
Estreia: 11 de outubro
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro
Sala Margot - Av. Almirante Barroso, 25, Centro
Ao lado do Metrô - Estação Carioca
Tel.: (21) 3980-3815
Classificação etária: 12 anos
Temporada: de 11 a 26 Outubro de 2014 
Horários: sábados e domingos, às 19h
Duração: 60 minutos
Ingressos: 20,00 (inteira) / 10,00 (meia)
Deficientes físicos têm ingresso gratuito
Acompanhantes de deficientes pagam meia
50 espectadores

O Teatro dos Sentidos é uma nova técnica de encenação teatral ou, simplificando, um jeito diferente de fazer teatro criado para uma plateia de cegos, que pela deficiência perdem no teatro, TV e cinema as ações físicas, expressões faciais ou simplesmente informações visuais. Já o público que enxerga usa vendas durante as nossas apresentações, ficando em iguais condições.

Criado por uma brasileira e carioca - Paula Wenke - o Teatro dos Sentidos é caracterizado pela utilização de textos originais ou particularmente adaptados para que haja total compreensão da história, e a máxima estimulação dos sentidos remanescentes (audição, olfato, paladar e tato), suprimindo a visão. Paula Wenke, começa as suas pesquisas em 1997, com seus alunos da Casa da Gávea, Rio de Janeiro.

A Intravisão é estimulada pelos outros sentidos e por textos ricos em ação, múltiplos cenários sugeridos, comicidade, romance e reflexão, dando dinamismo à história representada. O público cria suas próprias imagens a partir da memória e até mesmo do inconsciente, gerando uma enorme gama de emoções profundas e intensas. Para tanto, temos atores chamados atores/provocadores que são devidamente treinados para executarem tais estímulos geradores desta enorme riqueza de sensações.

A crítica nacional e internacional considerou o Teatro dos Sentidos como uma das criações mais relevantes em termos de encenação dos últimos tempos. Além da busca pela qualidade dramatúrgica criada pela diretora multimídia e poetisa Paula Wenke, o grupo proporciona inclusão cultural, permitindo que o cego entenda totalmente uma obra encenada; inclusão social porque emprega atores também deficientes, justo porque neste tipo de encenação não há limitações físicas para a escalação do elenco; e, por último, talvez o mais importante: a inclusão atitudinal gerada na plateia de enxergantes, especialmente. Explicamos a inclusão atitudinal através da fala a seguir:

Trechos de **Deborah Prates, advogada e cega que assistiu ao Teatro dos Sentidos no Planetário em 2011, em carta espontânea de agradecimento à CEMIG pelo patrocínio:

“O Teatro dos Sentidos, por incrível que pareça, destina-se muito mais às pessoas SEM deficiência do que às pessoas com deficiência. Paula Wenke e seu elenco fazem imensuráveis exercícios de acessibilidade atitudinal com o público. O foco da acessibilidade atitudinal que a pensadora do Teatro dos Sentidos propõe acontece pelo trocar de almas. Assim acontece quando o enxergante se coloca no lugar do cego, mesmo que numa situação prazerosa.

Ao se colocar no lugar de alguém, sentindo o que este sente, é possível fazer nascer o sentimento de solidariedade, o que nos caracteriza humanos, o que motiva a mudança de atitude com relação ao outro, no caso, o deficiente.

Temos as melhores leis do planeta para os deficientes no Brasil. Mas de nada adiantam as leis se não são cumpridas, por descaso ou se não somos respeitados e vistos como seres capazes. Representamos 24% da população brasileira. Significa que de cada quatro brasileiros, aproximadamente, um é deficiente. Mesmo que não tenhamos alguma deficiência durante a juventude, esta pode ocorrer na velhice, como: perda de audição, visão e dificuldades de locomoção. Por estes números e informações, percebe-se que não há saída. Não há brasileiro algum que no mínimo não vá conviver com a deficiência física ao menos em sua família. É uma circunstância de todos, e todos precisam saber conviver bem e proativamente com o inexorável. Paula Wenke - com o Teatro dos Sentidos - consegue passar/energizar a todos que mergulham em sua arte.

Somos cidadãos e consumidores. Ter um ambiente propício para a circulação segura e comunicação eficaz faz o deficiente ter uma vida em pé de igualdade com os outros cidadãos. Para o empresariado e governo são mais consumidores circulando. Então, que não pensem em nós com a abordagem do assistencialismo simplesmente. Com o Teatro dos Sentidos percebemos, verdadeiramente, o que é ÉTICA e, principalmente, que não basta falar em ética para ser ético. Há que haver uma sintonia entre pensar/falar e agir.”

Exemplo disto é que contamos com a participação de artistas plásticos, que assistirão a estreia vendados como toda a plateia de enxergantes, e criarão a posteriori obras que depois serão expostas no próprio espaço cênico do Teatro dos Sentidos a partir da segunda semana de temporada. Neste período das duas últimas semanas de espetáculo, a plateia poderá apreciar a interpretação de cada um deles depois de tirarem as vendas, ao fim da peça. Os cegos poderão sentir a obra de uma outra maneira, a ser pesquisada e proposta por estes artistas, que têm por premissa criar uma obra acessível a todos.

Pelos motivos expostos anteriormente, a Shell, Biblioteca do Tribunal Regional Federal, Embratel, Transpetro, TV Globo, Comitê Rio 2016, procuraram o Teatro dos Sentidos espontaneamente a fim de que fizéssemos apresentações em suas instituições, para que causássemos este efeito em seus funcionários criativos ou funcionários que convivem com funcionários deficientes.

Paula Wenke: “Estamos nos preparando para as Paralimpíadas em 2016, quando receberemos inúmeros deficientes físicos do mundo inteiro e o mundo inteiro nos acompanhará pelas transmissões e escritos da imprensa. Em recente encontro com deficientes físicos no Rio de Janeiro no Espaço Ideal, o que todos os oradores deficientes pediam como o maior legado do evento: Respeito e Dignidade. Ou seja, mais do que pequenas e grandes obras de engenharia, pediram a mudança de atitude. Com ela, o restante é decorrência.”

FICHA TÉCNICA
Concepção, texto e direção: Paula Wenke
Elenco: Igo Ribeiro, Paula Wenke, Kakau Berredo, Roberta Chaves, Renata Di Carmo, Rogerio Frajola, Roberto Freitas, Fernando Leão, Jasmine Fonteles, Bruno Wenke, Ana Felipe, Helena Jardim e Camila Maia
Trilha sonora: Paula Wenke
Operador de som: Júlio Hochstatter
Sonoplasta: Edinho Souza
Violinista: Diemison Lima
Programador visual: João Souza
Diretor de produção: Luiz Prado
Produtora Assistente: Francine Fonteles
Fotógrafo: Márcio Iúdice
Assessoria de Imprensa: Kassu Produções
Realizaçao: Wenke Produções Artísticas Ltda. Me

SINOPSE
Gabriel é filho adolescente de Roberto, Comandante da Marinha e viúvo. O garoto encontra um livro de Vinicius de Moraes com uma dedicatória de amor de uma mulher misteriosa que assina “Dama do Mar”, e pergunta ao pai sobre ela. O Comandante se vê quase que obrigado a relembrar o encontro intenso dos dois em uma noite de Réveillon, baile de máscaras e fantasia. O rapaz, também apaixonado por uma coleguinha de escola, pode mudar o rumo da história romântica de seu pai. 

Sugestão Importante: Os links colocados em vídeo logo a seguir revelam o quanto a plateia de cegos e enxergantes aprecia o espetáculo em questão. O Teatro dos Sentidos não é só uma proposta rica em propósitos, consegue obter críticas cheias de entusiasmo, paixão e bons presságios para o futuro.

Links para vídeos:
Compilação geral de depoimentos da Plateia. Lady Francisco e outros.
Paula Wenke participa do programa Sem Censura. Apresentação de Leda Nagle
Fotos para a divulgação do Teatro dos Sentidos.
Sugestão: as quatro últimas:

(*O Iosono projeta "focos" e "planos" de som. Os focos podem parecer estarem vindo do céu acima, de apenas alguns centímetros do espectador ou de qualquer posição no espaço. As paredes podem, entre outras aplicações, simular a sensação de som ambiente de outro local. Batizado de Iosono, o novo sistema de som espacial e imersivo foi criado pela equipe do cientista alemão Karlheinz Brandenburg)


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