quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

CARNAVAL 2017


As inscrições para distribuição de ingressos gratuitos para pessoas com deficiência assistirem aos desfiles no Sambódromo começam na próxima segunda-feira, dia 30, a partir das 10h no Ciad Mestre Candeia. As entradas são para as frisas do Setor 13.

Para efetuar a inscrição, é necessária a apresentação do laudo médico comprovando a deficiência e do documento de identificação comfoto. Cadeirantes podem optar por todos os dias de desfile, enquanto as demais áreas de deficiência devem escolher um dia para assistir ao Grupo de Acesso (sexta ou sábado) e outro para o Grupo Especial (domingo, segunda ou sábado das campeãs). Os ingressos são destinadas apenas para a pessoa com deficiência e um acompanhante.

Atenção: Não será aceito Riocard Especial como comprovante de deficiência e não serão feitas inscrições de pessoas com doenças crônicas.

Programe-se e bom Carnaval!

Serviço:
Período de inscrição: De 30/01 (segunda) a 03/02 (sexta) - ou até durarem as vagas;
Horário: 10 às 16h;
Local: Ciad Mestre Candeia - Av. Presidente Vargas, 1997 - Centro do Rio;
Documentação necessária: Laudo médico que comprove a deficiência e identidade.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Primeira assembleia de 2017

O COMDEF-RIO realizou em 19/01 sua primeira assembleia ordinária de 2017, com a presença de Geraldo Nogueira, Subsecretário Municipal da Pessoa com Deficiência, Kátia Nunes, Diretora do Instituto Helena Antipoff, e Cida Vidon, Coordenadora de Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde.
Na primeira fila, da esquerda para a direita, Arnaldo Lyrio e Andrei Bastos, conselheiros, Geraldo Nogueira, Subsecretário Municipal da Pessoa com Deficiência, Wilson Lobão, conselheiro, Sandra Duarte, Regina Cohen, conselheira, Ana Cláudia Monteiro, presidente do Comdef-Rio, Andre Hissa, secretário do Comdef-Rio, Sandra Vieira e Ulrich Fernandes, conselheiros.
Cida Vidon, Coordenadora de Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde, durante sua exposição.
Kátia Nunes, Diretora do Instituto Helena Antipoff, durante sua exposição.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Deficiência contraditória

Inclusive, 08/01/2017:

Deficiência contraditória

ANDREI BASTOS

A expressão “portadores de necessidades especiais”, que evidentemente está muito longe de expressar as características de determinados e minoritários grupos de seres humanos, formados por pessoas cegas, surdas, com mobilidade reduzida etc., evoluiu para a, atualmente, consagrada expressão “pessoas com deficiência”, depois de ter passado por “portadores de deficiências” e “pessoas com necessidades especiais”.

No passo a passo da superação de cada expressão, viu-se inicialmente que as características pretensamente representadas não eram “portadas” pelas pessoas, como elementos estranhos aos seus corpos ou mentes, mas sim inerentes a elas. Mas continuamos com as “necessidades especiais”.

Esta última expressão equivocada caiu com o entendimento de que as diferentes necessidades eram apenas específicas a cada condição humana, sem caráter especial. Com isso, os cegos, surdos, cadeirantes etc. deixaram de ser “especiais” ou de ter necessidades igualmente “especiais”.

A essa altura, percebe-se a importância de uma nomenclatura correta, que expresse as reais condições e características de tais grupos de seres humanos. E, mais do que apenas expressar corretamente, que a nomenclatura se livre de conotações preconceituosas, discriminatórias ou segregadoras.

Mas, sem “portadores” e sem “necessidades especiais”, chegamos a uma definição clara, precisa, sem deixar margem para questionamentos? Com a consagração da expressão “pessoas com deficiência” simplesmente, chegamos ao fim do processo?

Ora, se chegamos ao fim de um processo, este foi de síntese do preconceito e segregação, pois com a adoção de tal expressão o que realmente fazemos é, com clareza e precisão, colocar as diferentes pessoas, com diferentes características, no mesmo balaio da deficiência, estigmatizando-as, colocando-as, em última análise, no gueto da deficiência.

Afinal, se dizemos que a deficiência não está na pessoa, mas no mundo em que ela vive, como podemos, contraditoriamente, chamar esta pessoa de deficiente? Este é o nó da questão, mas é um nó fácil de desatar. Basta denominar cada ser humano de acordo com seu atributo, o que nos dá pessoas cegas, surdas, com síndrome de Down, amputadas etc., deixando para trás o gueto da deficiência.

Embora não precisemos jogar pedras nas expressões antigas, já que surgiram no bojo de um movimento de emancipação e, portanto, até se justificam por promoverem a união em torno de objetivos comuns, atualmente não faz mais sentido alimentarmos a contradição contida na expressão atualmente usada, já que também está consagrada a ideia de que a deficiência está no mundo despreparado para acolher a ampla diversidade humana.

O que se coloca como objetivo comum, hoje em dia, não é mais o atendimento a determinados e minoritários grupos de seres humanos, formados por pessoas cegas, surdas, com mobilidade reduzida etc., mas sim o atendimento a amplas necessidades humanas, sem exclusão de nenhum grupo, promovendo a inclusão de todos no mundo em que vivemos.

Andrei Bastos é jornalista, amputado, e integra o Fórum Nacional de Educação Inclusiva.


Fonte: Inclusive

Vereadora Luciana Novaes


"Hoje (15/12/2016) foi um dia muito especial para mim! Fui diplomada como Vereadora da Cidade do Rio de Janeiro! Foi lindo, estou muito feliz e emocionada! Quero agradecer a todos e todas que contribuíram para que esse dia chegasse! Vcs são a base de td! Muito obrigada! E contem comigo, pois vou me esforçar muito para fazer um excelente mandato!"

Alice no País da Paralimpíada

O Globo, Opinião, 19/08/2016:

Alice no País da Paralimpíada

ANDREI BASTOS

No País das Maravilhas de Alice, os seres mais diversos interagem, de todas as formas, sem identificar as diferenças entre eles como fatores de preconceito e discriminação. As aventuras e desventuras dos seus personagens, por mais fantasiosas, expressam a maneira de ser de cada um no ambiente comum do País das Maravilhas.

Já no mundo dos seres nada fantasiosos, as indicações são, como regra, de impossibilidade de interação, mesmo entre iguais, geralmente dando um caráter de excepcionalidade positiva quando processos de interação são bem-sucedidos. Assim é a natureza humana fora do País das Maravilhas.

Talvez possamos ter a expectativa de que o mundo em que vivemos venha a acolher os seres humanos mais diversos, por conta das maravilhas que nos são apresentadas pela ficção e pela tecnologia, mesmo quando diferentes do mundo de Alice.

Aliás, se considerarmos que as histórias de ficção anteciparam muito do que hoje a tecnologia nos apresenta como banal, podemos aceitar como premonitórias as aventuras de seres muito diversos, provenientes dos mais profundos recônditos da imaginação do homem, seja voando, pisando na Lua, falando diretamente com quem está do outro lado do mundo, conhecendo e convivendo com “seres” tão diferentes, da mesma forma que os personagens do País das Maravilhas.

Sem dúvida, estamos muito longe de contarmos com tal acolhimento das diferenças no mundo em que vivemos, pois falta até dinheiro para realizar a Paralimpíada 2016. Mas alguns passos importantes já foram dados. As diferenças de gêneros começam a ser aceitas, as mulheres firmam, cada vez mais, seu papel na sociedade, preconceitos de cor ou raça já são considerados “antiquados”, embora ainda falte muito.

Mas podemos perceber que todos estão dentro de uma certa conformidade anatômica humana dominante no inconsciente coletivo, com duas pernas, dois braços etc. e, o mais importante, com mobilidade autônoma. Ao considerarmos os diferentes grupos humanos, naturalmente não incluímos pessoas sem pernas, braços ou em cadeiras de rodas.

Encarando como natural o “esquecimento”, não o fazemos apenas por uma questão cultural, embora a cultura seja o único caminho para introjetarmos em nossa psiquê tais modelos diferentes de seres humanos. Esses humanos, chamados de pessoas com deficiência, embora já tenham conquistado muita coisa em termos de direitos, ainda se deparam com o imenso e intransponível muro da invisibilidade e estão sempre sendo isolados em guetos. Assim é, como no exemplo mais evidente, que trata justamente da performance do corpo humano, com a separação entre Olimpíada e Paralimpíada.

Ora, se temos nos Jogos diferentes modalidades esportivas e diferentes categorias dentro de cada modalidade, por que não incluir no conjunto das competições as práticas esportivas das pessoas com deficiência como categorias das diversas modalidades?

Para que essa ideia possa ser absorvida e entendida por todos os tipos de pessoas, com e sem deficiência, e seja realizada plenamente por todos – atletas e público –, ouso apresentar o País das Maravilhas como candidato à realização da próxima Olimpíada, totalmente inclusiva, e com dinheiro para tudo.


Andrei Bastos é jornalista cadeirante e integrante do Fórum Nacional de Educação Inclusiva